No dia 20 de junho de 2005, a Globo estreava um dos maiores sucessos do horário das 18h de todos os tempos: Alma Gêmea.
Novela de Walcyr Carrasco dirigida por Jorge Fernando, a trama registrou incríveis 39 pontos de média geral, não tendo sido superada posteriormente. Seu último capítulo ultrapassou a marca dos 50 pontos, e a novela constantemente dava mais audiência que o folhetim das 21h da época.
Com tom espiritualista e desenvolvida na década de 1920, Alma Gêmea seguia o estilo de comédia romântica com cenas pastelão que consagrara o autor.
História
Rafael (Eduardo Moscovis), um rico botânico, se casa com Luna (Liliana Castro), uma doce e delicada bailarina. A felicidade do casal é coroada quando a moça recebe de presente da avó valiosas joias de família. A invejosa e rancorosa Cristina (Flávia Alessandra), prima de Luna e apaixonada por Rafael, trama um assalto para abocanhar as joias.
É durante o assalto que Luna morre tragicamente, vítima de um tiro para defender Rafael. O sofrimento causado pela morte da mulher torna o viúvo um homem infeliz e solitário durante mais de 20 anos.
O que ele nem imagina é que, na mesma noite em que morre, Luna reencarna, renascendo em uma aldeia indígena como a mestiça Serena (Priscila Fantin), moça linda e valente que cresce tendo estranhas visões. Já adulta, ela chega até a cidadezinha de Roseiral e se apaixona por Rafael, que fica perturbado com sua presença: ela dança balé e toca piano tal como Luna, mesmo tendo crescido na selva.
O romance dos dois, contudo, é atrapalhado pelas tramoias da perversa Cristina, ainda obstinada em se casar com Rafael. Para todos seus planos, a vilã conta com o apoio incondicional da mãe, a ambiciosa Débora (Ana Lúcia Torre). A dupla do mal fez muito sucesso.
O desfecho da novela foi trágico e inesquecível: Cristina atira em Serena, mas Rafael é atingido para proteger a amada. Com a morte do botânico, a mestiça também morre, vítima de um sopro no coração. Os dois chegam a um plano espiritual e descobrem que sempre estiveram juntos, em muitas e muitas encarnações.
Cristina é buscada pelo próprio diabo, a quem prometera sua alma no início da novela, e é levada para dentro de um espelho.
Humor
Apesar da dramaticidade da trama central, “Alma Gêmea” também divertia e fazia rir com seus núcleos secundários. O sítio dos irmãos Mirna (Fernanda Souza) e Crispim (Emílio Orciollo Netto) trazia muitas confusões, com direito a personagens arremessados no chiqueiro, já que o roceiro chucro não queria que a irmã, romântica e sonhadora, se casasse. Mirna fazia todas suas confidências a uma pata, a Doralice.
Na cidade, a pensão do sapateiro Osvaldo (Fulvio Stefanini) e de sua mulher Divina (Neusa Maria Faro) também era palco para constantes confusões. Destaque também para o romance de tapas e beijos da rica falida Olívia (Drica Moraes) com o machão Vitório (Malvino Salvador), a quem contrata para ser o chef de seu novo restaurante, depois que leva um golpe do marido Raul (Luigi Baricelli) e precisa trabalhar, pela primeira vez, para sustentar os filhos.
A novela foi reapresentada entre agosto de 2009 e março de 2010 nas tardes da Globo.
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