Interpretado por Silvero Pereira na atual versão de Pantanal, o personagem Zaquieu foi defendido por João Alberto Pinheiro na novela original de 1990, exibida na extinta TV Manchete. O nome do mordomo tinha uma pequena diferença: se chamava Zaqueu.
Antes de conquistar o papel na trama, João Alberto trabalhava como colunista social e cantor. Nascido em Belém, no Pará, ele tinha paixão pelo ritmo lambada (em alta na época) e chegou a gravar um disco de vinil em 1988, intitulado Luar do Amor.
Determinado a viver da música, Pinheiro mudou-se para o Rio de Janeiro logo depois, acreditando que poderia ter mais oportunidades na carreira artística. Foi na capital fluminense que ele conheceu Jayme Monjardim, que já estava envolvido na produção de Pantanal.
O diretor, então, convidou o paraense para participar da novela, realizando assim seus anseios de se tornar famoso nacionalmente. “Em seis dias, me tornei mais conhecido do que nos doze meses em que estou no Rio, batalhando como cantor”, contou ele à revista Amiga.
Na história original, o jeito afeminado de Zaqueu também era alvo de deboches dos peões da fazenda de José Leôncio (Claudio Marzo). Em dado momento, ele se declara para Alcides (Ângelo Antônio), mas o capataz não corresponde aos seus sentimentos.
Pantanal foi a única novela de João Alberto. O ator era HIV positivo e, como se sabe, naquela época não havia um tratamento eficiente para os portadores do vírus como hoje em dia.
Com uma pneumonia aguda, agravada pelo HIV, o intérprete de Zaqueu morreu em 9 de janeiro de 1992, em um hospital no Rio de Janeiro, pouco mais de um ano após o final do folhetim. Ele tinha apenas 31 anos de idade.
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