Em 1990, Glória Perez escreveu sua primeira novela de grande sucesso na Globo: Barriga de Aluguel. A trama girava em torno da disputa de duas mulheres pela guarda de uma criança gerada por inseminação artificial. O bebê Carlinhos era interpretado por Bruno Moreira, que não seguiu carreira artística após a marcante obra.
Bruno morreu em junho do ano passado. Ele tinha 31 anos quando foi assassinado durante um assalto, enquanto trabalhava como motorista de aplicativo, no Rio de Janeiro. A Polícia Civil informou que dois criminosos em uma motocicleta o abordaram e, durante a ação do roubo, atiraram na cabeça da vítima.
O veículo de foi encontrado carbonizado em outro bairro e, até onde se sabe, apenas um dos criminosos acabou detido.
Vários famosos, incluindo atores do elenco de Barriga de Aluguel, se manifestaram pelas redes sociais na época do ocorrido. “Ah, meu Deus. Estive com este menino tantas vezes no colo”, lamentou Humberto Martins. “Bruno não reagiu, e mesmo assim atiraram nele. Sem palavras”, escreveu Glória Perez, a autora da trama.
Em entrevista à Globo, Liliana Ferreira Leite, mãe de Bruno, falou sobre a morte do filho e relembrou a participação dele na clássica novela:
“A novela foi uma das boas recordações. Ele tinha orgulho, eu sentia que ele tinha aquele orgulho de ter feito a novela. Meu filho foi muito amado, muito amado, meu filho só tinha amor pra dar.”
“Mais uma mãe chorando, mais uma mãe se lamentando pelo que aconteceu. Todo dia a gente vê nos noticiários mais uma mãe chorando, mais uma mãe enterrando seu filho, mais uma mãe sofrendo agora para o resto da vida”, lamentou.
Barriga de Aluguel
Na trama, que chegou há poucos meses ao Globoplay, a ex-jogadora de vôlei Ana (Cássia Kis) e o marido Zeca (Victor Fasano) são um casal com dificuldades de engravidar. Para realizar o sonho de serem pais, eles contratam a jovem Clara (Cláudia Abreu) como mãe de aluguel.
Moça pobre, a dançarina vê na proposta uma chance de melhorar de vida e encara a ideia como um simples negócio. O problema é que, com o passar da gravidez ela vai se apegando à vida que se forma dentro de si. A disputa das duas pela criança, que nasce no meio da história, vai até os tribunais.
A autora tentou equilibrar a torcida do público entre Ana e Clara pela guarda da criança, fazendo com que, alternadamente, uma e outra personagem agissem com maior ou menor aprovação dos telespectadores. Mas a torcida maior era mesmo por Clara, porque ainda prevalecia o senso comum de que mãe é aquela que carrega a criança no ventre.
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