A atriz Cacau Protásio, que pode ser vista atualmente como a Zezé na reprise de “Avenida Brasil”, sofreu um ataque racista e gordofóbico junto a um grupo de bailarinos durante a gravação da cena de um filme, “Juntos e Enrolados”.
A atriz e os dançarinos que a acompanhavam sofreram discriminação por parte dos bombeiros presentes no Quartel-Central do Corpo de Bombeiros, no centro do Rio de Janeiro.
Na gravação, Cacau e os bailarinos usavam a farda dos bombeiros em uma apresentação de dança. Um sargento ali presente gravou um vídeo, que posteriormente foi divulgado pelo colunista Léo Dias, do portal UOL.
“Olha a vergonha no pátio do quartel central. Essa mulher do Vai que Cola, aquela gorda, colocou a farda e botou os dançarinos viados com roupa de bombeiro. Isso é um esculacho, rapaz. Qual é a desse comandante? Vai deixar uma p… dessas no pátio do quartel?”, vocifera o bombeiro no vídeo.
Outro profissional do quartel continuou os ataques preconceituosos. “Vergonhoso. Mete aquela gorda, preta, numa farda de bombeiro, uma bucha de canhão daquela, com um monte de bailarino viado, quebrando até o chão. Vão achar que é o que? Bombeiro? Aquilo é tudo viado. Lamentável”, criticou.
Muito abalada com tudo isso, Cacau falou sobre o caso de racismo através de vídeos postados em seu perfil nas redes sociais.
“Sou negra, sou gorda, sou brasileira, sou atriz, eu conto história, eu conto ficção. Eu não mereço ser agredida, assim como nenhuma pessoa. Eu respeito a opinião de alguns bombeiros de ‘ah eu não acho certo’, mas vai ver realmente a história antes de agredir”, afirmou.
“Sei que eu sou uma pessoa forte, mas ouvir tudo isso de um ser humano é horrível, muito triste. E como uma pessoa que veste uma farda tão linda tem essa postura, como eu posso dizer que ele salva vidas?”, continua, aos prantos.
“Então, eu só estou aqui para dizer que racismo é crime e isso não se faz”, finaliza.
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro afirmou que não compactua com “qualquer ato discriminatório” e disse que abriu “procedimento interno” sobre o caso.
Alguns artistas, como o cantor Diogo Nogueira e os atores Marcos Pasquim, Luis Lobianco e Samantha Schumtz, manifestaram solidariedade a Cacau Protásio.
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