No elenco de Vai na Fé, novela das sete que estreia nesta segunda-feira (16), Emílio Dantas falou abertamente sobre a importância de uma maior representação negra na televisão. A história que substitui Cara e Coragem seguramente será um passo importante nessa direção.
Protagonizada por Sheron Menezzes e Samuel de Assis, a produção contará com vários atores negros, como Elisa Lucinda, Bella Campos e Jean Paulo Campos.
“Veio esse trabalho maravilhoso. Só com amigo, com gente nova, gente preta, com diversidade. De repente, ganhei um presentaço na minha porta”, disse Emílio, durante o evento de lançamento da novela.
O ator aproveitou para refletir sobre sua própria experiência ao interpretar um cantor de axé baiano em Segundo Sol (2018). A trama de João Emanuel Carneiro, ambientada na Bahia, foi alvo de muitas críticas por ter um elenco tão branco no estado conhecido como o mais negro fora do continente africano.
“Acho que foi muito errado eu ter feito Beto Falcão. Jamais deveria ter aceitado esse papel”, admitiu Dantas, sem responsabilizar o autor, o diretor nem a emissora pelas escolhas.
“Porque não condiz com a realidade. A Bahia é feita 95% de pretos. Quem merecia estar lá contando essa história era um preto. Não só merecia. Quem deveria estar contando essa história era um preto”, ressaltou. “Eu acordei para isso muito tarde e é o tipo da coisa que cada um [tem seu] tempo para acordar”, concluiu.
Vilão
Em Vai na Fé, Emílio Dantas encarna um novo vilão em sua carreira. Theo, seu personagem, aparenta ser um homem íntegro, mas no fundo não é nada disso: é um traficante internacional. Perverso e invejoso, ele enxerga no amigo Benjamin (Samuel de Assis) a dicotomia de tudo o que gostaria de ser e tudo o que mais despreza. É casado com Clara (Regiane Alves) e pai de Rafa (Caio Manhente).
A nova novela das sete é escrita por Rosane Svartman, mesma autora de Totalmente Demais (2015) e Bom Sucesso (2019), folhetins que tiveram boa repercussão na faixa. A Globo aposta suas fichas na comédia romântica para reerguer os índices de audiência, que estão em baixa desde o fim de Salve-se Quem Puder (2022).
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