Em meio à onda de protestos contra o racismo que vêm tomando conta dos Estados Unidos e também do Brasil, a Globo levantou uma possibilidade de reprise para substituir “Novo Mundo” na faixa das 18h: trata-se da premiada “Lado a Lado” (2012), novela ganhadora do Emmy de 2013. À época, o folhetim desbancou a badalada “Avenida Brasil”.
Com forte crítica social e política, “Lado a Lado” se passa no Brasil recém-saído da escravidão, em que os negros, mesmo alforriados, não encontravam oportunidades de viverem dignamente à margem da sociedade racista. No centro da narrativa, a batalhadora Isabel (Camila Pitanga), que vê o noivo Zé Maria (Lázaro Ramos) ser preso no dia do casamento e se deixa enredar pela lábia do janota Albertinho (Rafael Cardoso), de quem engravida.
O rapaz é irmão de Laura (Marjorie Estiano), que conhece Isabel e se torna sua melhor amiga no dia do casamento de ambas. Herdeira de uma família nobre falida, Laura se casa por conveniência com o advogado Edgar (Thiago Fragoso), mas sonha alto: quer trabalhar e ser independente. Com a convivência, nasce entre ela e o marido um amor verdadeiro.
O surgimento da primeira favela brasileira – o morro da Providência -, bem como episódios históricos como a Revolta da Chibata e a Revolta da Vacina, além de discussões como feminismo, permeiam a narrativa.
No entanto, outra opção defendida pela alta cúpula da Globo é por uma novela mais leve e solar, como “Flor do Caribe” (2013). Essa, aliás, teve bons índices de audiência, diferente de “Lado a Lado”, que apesar da boa recepção, teve uma das menores médias do horário na década. A atual exibição de “Novo Mundo” não vem registando bons resultados.
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