Está marcada para o dia 22 de fevereiro a estreia da próxima novela inédita das 18h, “Nos Tempos do Imperador”. Em março do ano passado, a trama sobre Dom Pedro II (Selton Mello) chegou a ser anunciada como a substituta de “Éramos Seis”, mas a saga de dona Lola (Glória Pires) acabou dando lugar à reprise de “Novo Mundo”, no momento inicial da pandemia de coronavírus no Brasil.
A crise sanitária não deu trégua e a emissora foi obrigada a veicular outra reprise: “Flor do Caribe” está no ar desde setembro. Restando apenas 34 capítulos originais para a história de Walther Negrão chegar ao fim, um sinal de alerta se acendeu na Globo. Como “Nos Tempos do Imperador” foi a última a ter suas gravações retomadas, não possui ainda a frente de 60 a 70 capítulos prontos, o mínimo exigido pela alta cúpula da emissora. Essa é uma margem considerada segura para o folhetim poder ir ao ar sem enfrentar problemas com atrasos. As gravações seguem, mas o canal entende que é muito difícil atingir essa meta até dia 22 de fevereiro.
Para se ter ideia, Mariana Ximenes, uma das protagonistas, só voltou aos estúdios há 15 dias. O figurino rebuscado e a maquiagem carregada da produção dificultam ainda mais a agilidade do trabalho. A Globo tem poucos dias para bater o martelo sobre a estreia da novela inédita ou a veiculação de uma nova reprise “tampão”, ou seja, uma obra mais curta. O difícil, já se sabe, é estrear “Nos Tempos do Imperador” antes da volta das inéditas “Amor de Mãe” (21h) e “Salve-se Quem Puder” (19h) – essas duas já completamente finalizadas.
Nova reprise

Caso seja necessário recorrer ao baú, a favorita dos executivos da Globo para retornar ao ar é “A Vida da Gente” (2011), de acordo com fontes do site Notícias da TV. Terceira novela mais comercializada da história, a trama serviria como uma espécie de “aquecimento” para “Um Lugar ao Sol”, próxima produção inédita das 21h e primeira da autora Lícia Manzo no horário nobre.
Outra opção no radar é “Além do Tempo” (2015), que bate recordes diários de acessos no Globoplay. O medo da emissora, no entanto, é que os espectadores prefiram maratonar a obra espiritualista de Elizabeth Jhin na plataforma de streaming e não a assistam na TV aberta.
A grande dor de cabeça do canal é o fato de ter exibido há pouquíssimo tempo no “Vale a Pena Ver de Novo” as duas novelas de maior sucesso da década na faixa: “Êta Mundo Bom!” (2016) e “Cordel Encantado” (2011). Há ainda dois grupos minoritários que defendem novelas com índices de audiência mais modestos: “Joia Rara” (2013) e “Lado a Lado” (2012). Ambas são ganhadoras do Emmy Internacional.
Escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes, “Joia Rara” ganha força devido ao fato de suas autoras estarem em alta – recentemente, ganharam um segundo prêmio Emmy, por “Órfãos da Terra”. Já “Lado a Lado” é defendida por sua alta aceitação crítica e sua representatividade em um momento em que se fala muito sobre feminismo e os direitos da população negra. A decisão sai nos próximos dias.