Klara Castanho publicou uma carta aberta para esclarecer seu drama pessoal, após seu nome virar assunto nas redes sociais. A atriz, de 21 anos, revelou que gestou uma criança após ser estuprada e a entregou para a adoção, seguindo todos os trâmites legais.
A história veio à tona após a apresentadora Antonia Fontenelle contar em uma live que uma atriz global teria engravidado e doado a criança. “Ela não quis olhar para o rosto da criança”, afirmou a eterna viúva do diretor Marcos Paulo, morto em 2012.
Com isso, internautas passaram a especular que a atriz em questão era Klara Castanho. E, mesmo sem saberem como tudo aconteceu, muitos perfis não pouparam julgamentos e ataques contra a artista.
Já na noite deste sábado (25), Klara publicou um texto em seu Instagram com um relato sobre seu sofrimento desde que foi violentada sexualmente. Ela explicou que não queria que o assunto se tornasse público, mas resolveu se pronunciar quando a adoção foi exposta.
“Não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que eu sofri. Eu fui estuprada”, afirmou ela.

Klara Castanho disse que não reportou a violência sexual à polícia por sentir “vergonha e culpa”. Acreditou que, ao “fingir” que o episódio não aconteceu, ela “talvez esquecesse”.
A atriz contou que tomou uma pílula do dia seguinte e fez exames após o abuso, porém descobriu que estava grávida quando passou mal meses depois. Segundo ela, o médico que a atendeu não teve empatia pelo seu estado e chegou a obrigá-la a ouvir o coração do bebê.
“Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher. […] Entre o momento que eu soube da gravidez e o parto se passaram poucos dias. Era demais para processar, para aceitar e tomei a atitude que considero mais humana.”
Klara contou que decidiu entregar o bebê fruto do estupro para uma adoção direta, tomando todas as medidas legais para que o processo fosse feito. Contudo, no dia do parto, a atriz foi confrontada por uma enfermeira, que ameaçou levar o caso a público por meio da imprensa.
“Fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: ‘Imagina se tal colunista descobre essa história’. Eu estava dentro de um hospital, um lugar que era para, supostamente, me acolher e proteger. Quando cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu ainda estava sob o efeito da anestesia. (…) Conversei com ele, expliquei tudo que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar.”
Por fim, Klara Castanho desabafou a dor que sente por ter uma história tão triste e traumática revelada sem seu consentimento: “Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por outras pessoas que me julgam. Ter que me pronunciar sobre um assunto tão íntimo e doloroso me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias”.
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