O Globoplay consolidou o projeto que resgata títulos clássicos da dramaturgia da Globo a cada 15 dias, iniciado em 2020 e que se estenderá por todo este ano. Além das 50 novelas já divulgadas – quase todas reprisadas no Canal Viva -, outras obras que estavam fora dos planos darão as caras na plataforma de streaming.
Em fevereiro, ainda sem data exata definida, será a vez de “Porto dos Milagres” (2001) e “O Bem-Amado” (1973) ganharem lugar cativo no catálogo. As duas novelas se juntarão às dezenas de títulos já disponíveis, além de muitos outros que virão – inclusive minisséries. As informações são do colunista Duh Secco, do RD1.
No mês que comemora seus 20 anos de estreia, “Porto dos Milagres” volta “pra ficar” no coração dos assinantes da plataforma. No centro da narrativa, escrita por Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, o amor protegido por Iemanjá entre Guma (Marcos Palmeira) e Lívia (Flávia Alessandra). Ele, pescador humilde e líder comunitário da cidadezinha baiana de Porto dos Milagres, antagoniza com o prefeito inescrupuloso Félix (Antônio Fagundes), sem saber que o vilão é seu tio.
No passado, Félix roubou a fortuna do irmão gêmeo Bartolomeu (Antônio Fagundes), friamente assassinado pela cunhada Adma (Cássia Kiss). O filho bastardo de Bartolomeu com uma prostituta, Guma, também entrou na mira da bandida, mas foi resgatado com vida por pescadores.
“O Bem-Amado” também é certa para o segundo mês de 2021. A escolha da novela de Dias Gomes surpreende: antiga e clássica, ainda não foi reprisada pelo Viva. Primeira obra a cores da Globo, o folhetim foi uma crítica à ditadura militar e eternizou a história de Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), um político demagogo e populista que abusava da boa fé da população humilde da cidadezinha de Sucupira.
A maior obra de sua gestão na prefeitura da cidade era a inauguração do primeiro cemitério local, mas aquilo se tornou um problema, já que absolutamente nenhum morador morria. Preocupado em não manchar sua carreira, Odorico contrata um matador de aluguel, Zeca Diabo (Lima Duarte), para conseguir defuntos para o seu cemitério. Em 2013, a novela ganhou uma versão atualizada no cinema, com Marco Nanini no papel do prefeito mau-caráter e o saudoso José Wilker como o assassino profissional.
Em março, ‘Mulheres de Areia’
Para março, está previsto o retorno de “Mulheres de Areia” (1993), sucesso atemporal de Ivani Ribeiro centralizado na rivalidade das gêmeas e rivais Ruth e Raquel (Glória Pires). É na cidade praiana de Pontal D’Areia que as duas se envolvem com o mesmo homem, o milionário Marcos (Guilherme Fontes). Enquanto a doce e tímida Ruth o ama de verdade, a ambiciosa e dissimulada Raquel só está interessada em seu dinheiro. Um acidente de barco que faz a vilã ser dada como morta muda os rumos da narrativa, que tinha como destaque o deficiente mental Tonho da Lua (Marcos Frota), escultor das ‘mulheres de areia’ da novela.
Em março, “Vereda Tropical” (1984) também retorna na plataforma. A novela de Carlos Lombardi era uma comédia romântica com o futebol como pano de fundo. A humilde Silvana (Lucélia Santos) tem Zeca (Jonas Torres) com o playboy Victor (Lauro Corona), filho do magnata Oliva (Walmor Chagas), mas vê o pai de seu filho morrer tragicamente. Querendo fugir de Oliva, que quer lhe tomar a guarda de Zeca, a mocinha foge para a Vila dos Prazeres, onde se apaixona pelo talentoso centroavante Luca (Mário Gomes). O gênio difícil de ambos dificulta o romance. Já Oliva se dedica a reencontrar Zeca para fazer do neto seu sucessor, mas é atrapalhado pela filha, a inescrupulosa Catarina (Marieta Severo), que quer tomar controle dos bens da família.
Completa a lista de março a minissérie “Os Maias” (2000), de Maria Adelaide Amaral e baseada na obra de Eça de Queirós. No centro da narrativa, a paixão proibida de Carlos Eduardo (Fábio Assunção) e Maria Eduarda (Ana Paula Arósio), que desconhecem serem irmãos, filhos de Maria Monforte (Marília Pera).
Outras obras
Sem mais anúncios de datas, é sabido que o Globoplay disponibilizará em breve o fenômeno “Roque Santeiro” (1985), novela de Dias Gomes censurada pela ditadura militar e levada ao ar apenas uma década mais tarde. O eixo central é a exploração da fé do povo de Asa Branca em torno de um falso santo: Roque (José Wilker), que teria morrido ao defender a cidade de um criminoso. O herói, na verdade, está vivo e volta para ameaçar o poderio do fazendeiro Sinhozinho Malta (Lima Duarte), bem como atrapalhar seu romance com a escandalosa viúva Porcina (Regina Duarte).
“Grande Sertão: Veredas” (1985) também vem aí. Minissérie de Walter George Durst, inspirada no romance de Guimarães Rosa, acompanha os dramas do jagunço Riobaldo (Tony Ramos) em pleno sertão no início do século XX. Pode-se esperar também o retorno de “Pecado Capital” (1975), clássico de Janete Clair que traz o anti-herói Carlão (Francisco Cuoco) no centro da história. Taxista machista e rude, ele é louco pela noiva, a doce operária Lucinha (Betty Faria). Depois que assaltantes deixam uma mala com dinheiro roubado em seu carro, Carlão se divide entre entregar a quantia à polícia ou mudar de vida.
Quando começa a perder Lucinha para o patrão da moça, o rico e bondoso industrial Salviano Lisboa (Lima Duarte), que faz da funcionária uma bela e elegante modelo, Carlão decide investir o dinheiro sujo em uma frota de táxis, sem perceber que são seus valores que o afastam de Lucinha, e não a nova classe social da amada.
Outro clássico certo é a minissérie de Glória Perez “Hilda Furacão” (1998), que gira em torno de Hilda (Ana Paula Arósio), uma bela jovem da sociedade que abandona o noivo para ir viver em um bordel em Belo Horizonte. Ninguém entende seu comportamento e o padre Malthus (Rodrigo Santoro) é convocado para exorcizar o demônio que se apossou do corpo de Hilda. No entanto, a prostituta e o pároco acabam se envolvendo.
Completa a lista de clássicos “Pai Herói” (1979), de Janete Clair. O protagonista André Cajarana (Tony Ramos) luta para fazer justiça com o nome de seu pai, quem acredita ter sido um grande homem, mas é acusado de uma série de crimes. O grande rival de André é seu padrasto, Bruno (Paulo Autran), cúmplice do pai do mocinho em suas negociatas. André é disputado pela rica bailarina Carina (Elizabeth Savalla) e pela batalhadora Ana Preta (Glória Menezes).
‘Malhação’ das antigas
Só existem disponíveis no Globoplay as temporadas da “Malhação” a partir de 2010. No entanto, ao menos duas histórias mais clássicas da novelinha teen já são dadas como certas no catálogo.
A primeira temporada da fase “Múltipla Escolha” (1999) já tem sinal verde para regressar. A trama é centralizada na rotina dos estudantes do tradicional colégio carioca, cenário de disputa das amigas Tati (Priscila Fantin) e Érica (Samara Felippo) pelo galã Rodrigo (Mário Frias).
A temporada de maior sucesso da história, “Vagabanda” (2004), também é promessa para a plataforma de streaming. A humilde Letícia (Juliana Didone) se apaixona pelo playboy Gustavo (Guilherme Berenguer), mesmo sabendo que seu irmão foi preso por um crime cometido pelo delinquente Catraca (João Velho), amigo de seu novo amor. Com Catraca e a megera Natasha (Marjorie Estiano), Gustavo forma a banda Vagabanda. O amor por Letícia leva o garoto a rever seus preconceitos, e Natasha, obcecada pelo galã, se une a Catraca para neutralizar a rival, a quem se refere como “miss gari”, e separar o casal.
Em junho, ‘A Gata Comeu’
Em junho, o Globoplay pretende disponibilizar para seus assinantes outro clássico de Ivani Ribeiro: “A Gata Comeu” (1985). A comédia romântica narra a história da rica e geniosa Jô Penteado (Christiane Torloni), que já abandonou sete noivos, mas fica obcecada em se casar com o humilde professor viúvo Fábio (Nuno Leal Maia) depois que os dois passam dois meses presos em uma ilha deserta. Porém, as maluquices da patricinha para conquistar o educador só o levam a querer distância dela.
Discussão sobre este post