Após vociferar falas preconceituosas contra a população LGBTQI+, Sikêra Jr. está no olho do furacão. O “Alerta Nacional“, programa que o jornalista apresenta na RedeTV!, já perdeu o patrocínio de pelo menos quatro marcas, e virou alvo de ação do Ministério Público Federal. Na última sexta-feira (25), o apresentador se referiu aos homossexuais como “uma raça desgraçada”.
Uma onda de protestos logo cresceu nas redes sociais, repudiando a barbaridade vomitada por Sikêra e pedindo um posicionamento das empresas que anunciam no policialesco. Em paralelo, o MPF ajuizou no Rio Grande do Sul ação civil pública contra a RedeTV! e o apresentador. Uma indenização de R$ 10 milhões é pedida, além de uma retratação ao vivo e a exclusão na íntegra do programa de sexta-feira do site da emissora.
De acordo com o Notícias da TV, os executivos da RedeTV! estão atravessando um dilema com a situação que se criou. Sikêra tem contrato até 2027, então mandá-lo embora está fora de cogitação, uma vez que a multa de rescisão é considerada muito alta para os padrões da casa. Espera-se que a poeira baixe. Com esse objetivo, nesta terça (29), o apresentador pediu desculpas pelos termos homofóbicos.
Tanto a RedeTV! quanto Sikêra Jr. são reincidentes nesse tipo de polêmica. Há 16 anos, o canal ficou fora do ar durante 25 horas por ter exibido pegadinhas que incentivavam a violência contra a população LGBTQI+ em um programa vespertino de João Kléber. A emissora teme uma punição maior dessa vez.
Atualização
A Caixa Econômica Federal, banco público administrado pela equipe de Jair Bolsonaro, abandonou o barco e não mais anunciará no “Alerta Nacional”. As ações de merchandising já foram transferidas para o “TV Fama“.
E não para por aí. Delinea Corpus, Blindex e Casas Bahia também deixaram de financiar o programa de Sikêra Jr. por não compactuarem com seu discurso de ódio. Antes, o apresentador já havia perdido o apoio da TIM, MRV, Sorridents, Magazine Luiza, HapVida, Betsul, Seara e BMW Group.
Para piorar, a Aliança Nacional LGBTQI+ entrou com uma ação civil pública de R$ 5 milhões contra o contratado da RedeTV!. “Um canal público não pode servir de palco para difamação e pânico moral. Esse senhor é recorrente em suas mentiras, ataques e agressividade”, disse Eliseu Neto, coordenador de “advocacy” da Aliança.
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