Na última sexta (28), a Globo encerrou a reprise de “Novo Mundo”. E entra, nesta semana, na penúltima de “Êta Mundo Bom!”.
O que as duas novelas têm em comum? Suas protagonistas foram ofuscadas por uma personagem coadjuvante que acabou roubando a cena. Relembre alguns exemplos na ficção.
Êta Mundo Bom!
Na trama do “Vale a Pena Ver de Novo”, a caipira Filó (Débora Nascimento) é o grande amor do herói Candinho (Sérgio Guizé). Seduzida e enganada pelo malandro Ernesto (Eriberto Leão), a mocinha se torna taxigirl em um cabaré. Com atuação fraca e inexpressiva, Filomena cansava o público, que preferia a sagacidade de Maria (Bianca Bin). A astuta empregada da mansão de Anastácia (Eliane Giardini) é sempre a primeira a perceber os planos maquiavélicos da megera Sandra (Flávia Alessandra) e acabou se tornando a principal inimiga da vilã da novela.
Novo Mundo
Na novela recém-encerrada das 18h, o universo da família real portuguesa foi usado de pano de fundo para contar a história de amor de Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim (Chay Suede), personagens fictícios. No entanto, foi a abordagem da relação entre o mulherengo Dom Pedro (Caio Castro) e a justa e generosa Dona Leopoldina (Letícia Colin) que chamou a atenção. Amada pelo povo brasileiro, a monarca era humanitária e sofria com as traições do marido.
Viver a Vida
Na novela de Manoel Carlos, a Helena (Taís Araújo) da vez é uma top model bem-sucedida e internacionalmente famosa. Ela se casa com o empresário Marcos (José Mayer), anos mais velho, no início da novela, mas enfrenta a rivalidade da enteada Luciana (Alinne Moraes), também modelo e muito mimada. Na metade da novela, Luciana sofre um acidente e se torna tetraplégica. Seu processo de redenção, sua luta para encarar a vida diante da nova condição e seu amor com Miguel (Mateus Solano) dominaram a história, deixando a fraca e desinteressante Helena sem história de escanteio.
Salve Jorge
Na trama de Glória Perez, os dramas da protagonista Morena (Nanda Costa) até dominaram a história, mas o público gostava mesmo era da delegada Helô (Giovanna Antonelli). Charmosa, forte e bem-humorada, a profissional da Justiça era a encarregada de investigar e desmontar a quadrilha de tráfico de pessoas que havia preparado a armadilha contra Morena.
Passione
A heroína Diana (Carolina Dieckmann) era tão fraca e rejeitada, considerada insossa e indecisa, que o autor Silvio de Abreu resolveu matá-la antes do final da novela. A mocinha perdeu a vida no parto da própria filha, enquanto a vilã Clara (Mariana Ximenes) dominou a novela do início ao fim. Muitos torciam para a redenção da bandida e seu final feliz com Totó (Tony Ramos), mas na verdade Clara acabou impune por seus crimes.
Araguaia
O par formado por Solano (Murilo Rosa) e Manuela (Milena Toscano) não vingou, porque o público preferia ver o mocinho ao lado da índia Estela (Cléo Pires), viúva de seu pai. Esta era para ser a vilã, já que uma maldição de sua tribo contra os homens da família de Solano, havia acometido o pai dele e também poderia acabar com sua vida, mas Estela se redimiu ao se apaixonar sinceramente pelo enteado. Os dois terminaram juntos e Manuela foi deixada de lado.
Cobras & Lagartos
Ninguém se lembra da heroína Bel (Mariana Ximenes) nem de seu desinteressante e cansativo romance com Duda (Daniel de Oliveira) na novela de João Emanuel Carneiro. O sucesso, mesmo, ficou por conta dos vigaristas Ellen e Foguinho (Taís Araújo e Lázaro Ramos), que se apoderam de uma herança milionária que não lhes pertencia.
Morde & Assopra
Na obra de Walcyr Carrasco, a história sobre dinossauros liderada por Júlia (Adriana Esteves) e a de robôs estrelada por Ícaro (Mateus Solano) foi profundamente rejeitada pelos espectadores. Como forma de reverter o jogo, o autor deixou os protagonistas de lado e passou a investir nos dramas da sofrida Dulce (Cássia Kiss), que dominou a novela. A batalhadora faxineira rejeitada pelo filho mau-caráter, Guilherme (Klebber Toledo), se tornou a dona absoluta da história.
Paraíso Tropical
Quando falamos nessa novela exibida em 2007, alguém se lembra dos chatonildos mocinhos Paula e Daniel (Alessandra Negrini e Fábio Assunção)? Aposto que você se lembrou, em primeiro lugar, do mau-caráter Olavo (Wagner Moura) e de sua paixão bandida com a garota de programa Bebel (Camila Pitanga), a moça de “catiguria” do Calçadão carioca. A química irresistível dos atores não foi suficiente para que eles terminassem juntos: o vilão morreu no final.
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