Maria da Paz (Juliana Paes) começou a trama de “A Dona do Pedaço” como uma moça simples que, jurada de morte, se mudou para São Paulo, e sem conhecer ninguém na capital paulista, começou a vender seus bolos caseiros pelas ruas.
Em vinte anos, juntou uma fortuna e se tornou dona de uma rede de confeitarias. Mas tanto mimou a filha Josiane (Agatha Moreira) que não percebeu que a moça era na verdade um monstro: a vilãzinha passou a perna na mãe, que considerava cafona, e roubou todo seu patrimônio, deixando-a com uma mão na frente e a outra atrás.
Maria da Paz não se deixou abater e deu a volta por cima, voltando a preparar e vender seus bolos pelas ruas, abrindo uma nova confeitaria e até mesmo participou de um reality show gastronômico, do qual saiu campeã e com um prêmio milionário. Recuperou sua rede de confeitarias graças a um documento importante na reta final da novela.
A mocinha de “A Dona do Pedaço” não é a primeira heroína criada pelo autor Walcyr Carrasco que perdeu todo seu dinheiro e teve que lutar para recuperá-lo. Relembre:
Catarina (Adriana Esteves) – “O Cravo e a Rosa” (2000)
Jovem rica e mimada, a feminista corta relações com o pai, o banqueiro Batista (Luís Melo), quando este se casa com a dissimulada Marcela (Drica Moraes). Com medo de perder seu patrimônio para a rival, Catarina exige ganhar do pai sua herança adiantada: títulos do tesouro nacional em apólices. Com essa fortuna, Catarina decide investir na produção de queijos da fazenda do marido, Petruchio (Eduardo Moscovis).
A fortuna de Catarina, contudo, desaparece do cofre da mansão de Batista. Sem dinheiro, a mocinha precisa se reerguer sozinha e vende o carro que possuía para poder salvar a fazenda do marido da ruína. Somente no último capítulo Catarina recupera o envelope com suas apólices, podendo ser feliz com o marido.
Ana Francisca (Mariana Ximenes) – “Chocolate com Pimenta” (2003)
A heroína começa a trama como uma menina simples, matuta e ingênua do interior, mas é perseguida e humilhada pelos poderosos da cidadezinha de Ventura. Grávida do amado Danilo (Murilo Benício) e certa de que ele não quer assumir a criança, Ana Francisca descobre que seu melhor amigo, Ludovico (Ary Fontoura), é o poderosíssimo dono da fábrica de chocolates da cidade, e se casa com o ricaço para que ele assuma seu filho.
Sete anos depois, viúva e acionista majoritária da fábrica, Aninha precisa lidar com as armadilhas da bruxa Jezebel (Elizabeth Savalla), irmã de Ludovico e diretora da empresa. Graças a um testamento falsificado pela megera, a mocinha perde toda sua fortuna para Jezebel, mas não se dá por vencida: começa a fabricar suas próprias receitas de bolos e bombons de chocolate com pimenta, receitas “mágicas”, e abre sua própria fábrica. No final, Aninha ainda prova judicialmente o golpe de Jezebel e retoma a herança que ganhara de Ludovico.
Dafne (Flávia Alessandra) – “Caras & Bocas” (2009)
A mocinha é uma caprichosa dondoca, neta do milionário Jacques Conti (Ary Fontoura), que a obriga, em uma cláusula maluca de seu testamento a arranjar um marido caso queira receber sua herança. Depois do desaparecimento do avô em um acidente, Dafne precisa passar por cima de seu orgulho e se casa com Gabriel (Malvino Salvador), seu grande amor do passado, de quem se afastou após uma série de armações.
No entanto, ao se tornar acionista majoritária da empresa de Jacques, Dafne decide nomear o mau-caráter Frederico (Fúlvio Stefanini) como presidente do grupo empresarial, e o vilão toma todos os bens da protagonista, que fica na miséria e passa a ter que morar de favor na humilde casa de Gabriel, com quem, mesmo casada, ela não consegue se acertar. Dafne prova não ter medo do trabalho e decide abrir sua própria galeria de arte com a ajuda da amiga Amarilys (Guilhermina Guinle), lutando para recuperar sua herança depois que Jacques reaparece e lança uma competição para decidir quem o substituirá no comando dos negócios.
Clara (Bianca Bin) – “O Outro Lado do Paraíso” (2017)
A protagonista é uma moça pobre e ingênua do interior do Tocantins que se casa com o playboy Gael (Sérgio Guizé), mas vive um tormento nas mãos do marido agressor. Como as terras de sua família são ricas em esmeraldas, Clara é vítima de uma armadilha da própria sogra, a inescrupulosa Sophia (Marieta Severo), que a interdita e a interna em um manicômio à beira de um penhasco, enquanto assume o comando de suas terras e inicia um garimpo de pedras preciosas na região.
No hospício, Clara faz amizade com uma senhora muito rica e lúcida, Beatriz (Nathalia Timberg), que lhe deixa obras de arte de valor inestimável de herança, e a instrui para que ela fuja do local e execute um plano de vingança contra seus inimigos. Riquíssima e com sangue nos olhos, Clara volta para o Tocantins para destruir Sophia, mas é processada pela neta de Beatriz, a dondoca do mal Fabiana (Fernanda Rodrigues), que a acusa de roubo. Com os bens bloqueados, Clara fica pobre e vulnerável novamente, mas consegue provar, com a ajuda do advogado e namorado Patrick (Thiago Fragoso), que Beatriz estava em posse de suas faculdades mentais quando doou as telas para ela, recuperando sua fortuna e podendo concluir sua vingança contra Sophia.
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