Nesta segunda-feira (24), o Viva levará ao ar o primeiro capítulo de “Mulheres Apaixonadas” às 23h – com reprise na terça 13h30.
A novela, de Manoel Carlos, foi um imenso sucesso do ano de 2003, tendo sido reprisada somente em 2008, mas com cortes em cenas consideradas inadequadas para o horário da tarde. Agora, volta na íntegra.
Centralizada em uma Helena (Christiane Torloni) passional e infiel, que se entedia do casamento rotineiro com Téo (Tony Ramos) e decide trocá-lo por um ex-namorado, o médico viúvo e mulherengo César (José Mayer), a trama é lembrada por discutir dilemas de mulheres de classe média dos mais variados. A Helena da vez acabou sendo como um mero elo de ligação entre os personagens – ela era diretora da ERA – Escola Ribeiro Alves, onde se passava parte da ação da história. Seu romance com César despertou paixões e torcidas, já que era tumultuado e cheio de idas e vindas, devido ao gênio forte de ambos.
Além do casamento problemático com Téo, Helena precisava enfrentar as incansáveis conquistas de César: amante da assistente Laura (Carolina Kasting), o charmoso viúvo também acaba tendo um romance com a filha do primeiro casamento de Téo, antagonizando Helena à própria enteada. Relembre a seguir outras tramas da novela:
Paixão doentia
Heloísa (Giulia Gam), irmã de Helena, era obcecada pelo marido Sérgio (Marcello Antony). Ciumenta em um grau patológico, ela perseguia o marido com acusações de infidelidade, chegou a picotar suas roupas, se envolver em um acidente de trânsito para segui-lo e, em um ápice, lhe deu uma facada.
Surra de raquete
A novela discutiu a violência contra a mulher de uma maneira única e sensível: a professora de educação física Raquel (Helena Ranaldi) foge de São Paulo para o Rio. Ela quer escapar do ex-marido, Marcos (Dan Stulbach), homem violento que não aceita o fim do relacionamento. Ele a espanca constantemente com uma raquete de tênis, principalmente quando perceber que um aluno de Raquel, Fred (Pedro Furtado), está apaixonado por ela.
Celibato
Rica, excêntrica, fútil e narcisista. Assim era a dondoca Estela (Lavínia Vlasak). Vivendo de paixões passageiras, ela dava muitas festas regadas a champagne e caviar no hotel cinco estrelas onde morava. Até que em um momento, ela se vê perturbada: está cegamente apaixonada pelo padre Pedro (Nicola Siri), que se vê entre um amor e sua batina.
Garota odiosa
Doris (Regiane Alves) era a vilã mais odiada da novela. Arrogante, cruel e egoísta, a jovem queria ser rica a todo custo e se livrar do apartamento simples de classe média onde vivia com a família. Ela não suportava ter que dividir o quarto com o irmão, já que o outro cômodo da casa era destinado a seus avós, já bem velhinhos: Flora e Leopolodo (Carmen Silva e Oswaldo Louzada). Sempre de mau humor, Doris não fazia cerimônias para criticar, humilhar e ofender os avós, de quem até furtava dinheiro. A cena em que ela toma uma surra de cinto do pai Carlão (Marcos Caruso) é uma das mais lembradas.
Toda forma de amar
A novela retratou com maestria o amor entre pessoas do mesmo gênero. As adolescentes Clara (Alinne Moraes) e Rafaela (Paula Picarelli) descobriam, no último ano do ensino médio, que gostavam uma da outra. O namoro, contudo, enfrentava muitos preconceitos, como o da mãe de Clara e o da colega de turma, Paulinha (Ana Roberta Gualda), que não abria mão de perturbá-las.
Professora bêbada
O alcoolismo, tema recorrente nas obras de Manoel Carlos, também surgiu na novela. A vítima da dependência por bebida alcoólica era Santana (Vera Holtz), professora de geografia que não conseguia controlar seu vício e chegava a dar aula bêbada, causando diversos escândalos.
Virgindade: tabu?
Um conto de fadas um pouco atípico e moderno também permeou a história: ao som de “Velha Infância”, dos Tribalistas, a doce Edwiges (Carolina Dieckmann) era uma jovem pobre e batalhadora, apaixonada pelo namorado Cláudio (Erik Marmo), um playboy rico. Além da família do rapaz preferir vê-lo envolvido com uma mulher de sua classe social, o romance era atrapalhado pelo fato de Edwiges ser uma virgem convicta. Mesmo tendo mais de 20 anos, ela só queria ter sua primeira relação sexual depois de casada. Cláudio não compreendia muito bem os motivos da namorada.
Doença triste
A campanha de conscientização para o autoexame foi feito na trama através de Hilda (Maria Padilha), irmã de Helena. Casada, feliz e tranquila, a mais bem realizada das três irmãs descobria um nódulo durante um autoexame. Depois de ir ao médico, ela confirmava estar com um câncer de mama.
Amor de primo não acaba nunca
Nos primeiros capítulos da novela, Marina (Paloma Duarte) era uma jovem mimada que se casava, prematuramente, com o bonitão Diogo (Rodrigo Santoro) por ter engravidado dele. Ela, porém, flagra o marido aos beijos com a própria prima, Luciana (Camila Pitanga), no dia do casamento. A união até acontece, mas não resiste a tantas brigas, cobranças, ciúmes e ao fato de Marina perder o bebê. A moça sabia que Diogo, na verdade, amava Luciana. E era correspondido.
Paixão não tem idade
A mãe de Diogo era Lorena (Susana Vieira), uma charmosa, independente e bem-humorada mulher de mais de 50 anos, dona da Escola Ribeiro Alves. Divorciada e com filhos adultos, ela não tem medo de enfrentar os preconceitos da sociedade quando se apaixona por um rapaz da idade de seu filho, Expedito (Rafael Calomeni), com quem assume um namoro.
Fantasias sexuais reprimidas
Sílvia (Natália do Vale), a mãe de Marina, também vive uma história amorosa tumultuada. Traída pelo marido, insatisfeita e em crise de idade, a dondoca redescobre o prazer e a própria vaidade quando inicia um tórrido caso sexual com o taxista Caetano (Paulo Coronato), um cafajeste assumido, amante de sua empregada. Com ele, ela vivia suas mais reprimidas fantasias eróticas e frequentava motéis e casas de forró no subúrbio carioca.
Bala perdida
A cena mais emblemática da novela, contudo, foi uma crítica à violência urbana no Rio. Fernanda (Vanessa Gerbelli) é uma mãe solteira, batalhadora, que cuida sozinha da filha Salete (Bruna Marquezine). Ex-prostituta, a moça já teve um caso com Téo no passado, e hoje os dois são apenas amigos. O marido de Helena sempre ajuda financeiramente Fernanda às escondidas da mulher. A descoberta desse estranho elo ajuda a deteriorar de vez o casamento da protagonista. Os dois ex-amantes, no entanto, escondem um segredo de Helena.
Em determinado momento da narrativa, Salete começa a ser aterrorizada por estranhos sonhos, onde um anjo adverte a menina de que sua mãe morrerá. No dia em que Fernanda e Téo resolvem ir atrás de Helena para lhe revelarem o segredo que ocultam, acontece uma troca de tiros entre policiais e bandidos no Leblon. Téo e Fernanda são atingidos, e a moça morre, para total sofrimento da órfã Salete.
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