Preocupada com a queda de audiência do horário nobre, a alta cúpula da Globo tem estudado uma estratégia para reverter os baixos números da faixa: investir em remakes de grandes sucessos do passado. De acordo com reportagem do site NaTelinha, a ideia é colocar no ar uma trinca de novas versões de histórias que marcaram o público, a partir do início do ano que vem.
O fracasso de Travessia preocupa os executivos da emissora. Todas as fichas estão em Terra Bruta, produção de Walcyr Carrasco que entra em cartaz em maio. O autor é considerado como uma aposta segura, já que todas as suas novelas costumam render bons números — A Dona do Pedaço (2019), por exemplo, anotou 36 pontos de média.
Na sequência, em janeiro de 2024, deve entrar a nova versão de Renascer, adaptada por Bruno Luperi. É esperado que a trama rural alcance o mesmo sucesso que Pantanal (2022). No entanto, para depois, não há planejamento. A Globo tem se preocupado com a falta de autores considerados “medalhões” na sua principal faixa de novelas – na atualidade, apenas Glória Perez, Carrasco e João Emanuel Carneiro são considerados titulares de peso.
Nas décadas de 1980, 1990 e 2000, consideradas fases de ouro do horário, a líder de audiência revezava títulos de Glória, Gilberto Braga, Silvio de Abreu, Aguinaldo Silva, Manoel Carlos e Benedito Ruy Barbosa. As apostas sempre foram consideradas seguras. No entanto, Braga morreu e todos os outros se aposentaram — com exceção da autora de Travessia, que deve encerrar seu contrato após o término da atual novela das 21h.
Remakes podem ser a aposta
A Globo tem encontrado dificuldades para consolidar novatos na faixa. As últimas apostas, Manuela Dias, autora de Amor de Mãe (2019), e Lícia Manzo, criadora de Um Lugar ao Sol (2021), não entregaram os resultados desejados pelos executivos do canal. Talvez esta tenha sido a razão de optarem pelo remake de Renascer para 2024, quando a ideia inicial era uma trama inédita assinada por Maria Helena Nascimento, a autora de Rock Story (2016).
Se a ideia for adiante, o projeto deve reciclar duas tramas de Manoel Carlos em uma só – algo semelhante com o que aconteceu na segunda versão de Ti Ti Ti (2010), que mesclou a história original com parte do enredo de Plumas e Paetês. O projeto visa também recriar uma novela de sucesso de Gilberto Braga. Com isso, o horário nobre só voltaria a ter um folhetim realmente inédito em 2026.
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