Aos 46 anos, Reynaldo Gianecchini resolveu falar abertamente pela primeira vez sobre sua sexualidade. Em entrevista para o jornal O Globo deste domingo, ele revelou que já se relacionou com homens:
“Já tive, sim, romances com homens. Mas a sexualidade é muito mais ampla”, disse o ator, que sempre viu sua sexualidade ser alvo de especulações. Ele afirmou ainda que nunca se sentiu “obrigado a levantar a bandeira da homossexualidade”:
“Demorei para falar porque isso esbarra sempre no tamanho do preconceito no Brasil. Mas agora é importante reafirmar a liberdade, por mim e por quem enfrenta repressão.”
“Sempre me cobraram muito: ‘quando é que você vai sair do armário?’ Acho essa expressão cafona, ultrapassada e preconceituosa”, opinou Gianecchini. Contundente, ele pontuou que prefere deixar sua orientação sem um rótulo específico, valorizando todas as suas nuances:
“Eu reconheço todas as partes dentro de mim: o homem, a mulher, o gay, o hétero, o bissexual, a criança e o velho. Como dentro de todo mundo. As pessoas são levianas. Querem te encaixar numa gaveta, e eu não consigo, porque a sexualidade é o canal da vida e a minha sexualidade não cabe numa gaveta.”
Desde 2006, com o fim do casamento com a jornalista Marília Gabriela — que durou sete anos —, Reynaldo não assumiu nenhum novo relacionamento publicamente. Sobre isso, ele foi categórico:
“Não tenho vontade de falar com quem estou transando, não preciso. Prezo minha liberdade de não citar nomes e proteger minha privacidade.”
E fez questão de desmentir os boatos maldosos sobre seu casamento com Marília: “Eu era casado pra caramba, nunca vi um casamento tão inteiro, a gente vivia realmente uma história a dois de verdade. E já falavam coisas”.
O galã ainda relembrou a infância e o pavor que sentia de ser apontado como gay pelos garotos da mesma idade:
“E aí como você faz com uma criança que nem eu, que nasce numa família totalmente feminina e sempre foi muito sensível? Eu tinha pânico de ser chamado de viadinho. Não conseguia nem jogar bola direito, travava. Era coisa de menino e eu gostava de jogar vôlei. O homofóbico é aquele que não quer olhar para a própria sexualidade. Para quem está bem com a sua, não importa a do outro.”
No ar como o playboy Régis em A Dona do Pedaço, Gianecchini também fez questão de valorizar a presença de uma personagem transexual na história de Walcyr Carrasco:
“Acho muito legal e merecido o destaque para a Britney [Glamour Garcia]. Os trans estão próximos da gente, amigas têm filho trans e acho lindo a novela mostrar. E a menina está fazendo muito sucesso. Fico bem feliz porque é um dos personagens mais amados, deixa de ser bicho-papão, sai do gueto. Vai falar que isso não tem valor na televisão?”
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