Nesta segunda, (30), a Globo leva ao ar o primeiro capítulo de “Éramos Seis”, a nova novela das 18h, substituta de “Órfãos da Terra”.
Escrita por Angela Chaves e dirigida por Carlos Araújo, a nova trama é uma adaptação do livro homônimo de Maria José Dupré. Sendo a primeira versão veiculada pela TV Globo, esta será a quinta adaptação da obra literária, sendo a última exibida em 1994 com grande sucesso no SBT, com assinatura de Sílvio de Abreu e Rubens Edward Filho.
A novela conta a saga da família de dona Lola (Glória Pires) e se desenrola através de diversas décadas. Casada com Júlio (Antônio Calloni), Lola tem quatro filhos – Carlos (Xande Valois/Danilo Mesquita), Alfredo (Pedro Sol Victorino/Nicolas Prattes), Isabel (Maju Lima/Giullia Buscacio) e Julinho (Davi de Oliviera/André Luiz Frambach).
A trama retrata desde a infância até a idade adulta dos filhos do casal. É neste momento que a matriarca termina seus dias sozinha em um asilo. A saga transcorre toda a luta da família para criar os filhos, a compra de um casarão na Avenida Angélica, as mortes de Carlos e de Júlio, os problemas com o rebelde Alfredo, o romance de Isabel com um homem comprometido e o golpe do baú de Julinho em uma mulher rica, que tem como consequência a transferência de Lola para um asilo.
Segundo a autora, ela terá total liberdade para fazer as mudanças que julgar necessárias no enredo, apesar da pressão de estar reescrevendo uma das novelas de maior sucesso do todo-poderoso da Globo, o diretor de dramaturgia diária Silvio de Abreu. Os dez primeiros capítulos da novela, aliás, passaram pelo crivo de Abreu.
Algumas mudanças estão previstas para a nova “Éramos Seis”. Segundo a protagonista Glória Pires, a trama terá maior leveza e falará sobre otimismo e esperança.
“Não dava para fazer como estava no livro, porque a gente terminaria no chão. É de uma crueza. Tem o mesmo pano de fundo, a família, a dívida da casa, mas buscamos levar as pessoas a acreditarem nos seus propósitos. A pegada agora é falar de esperança e sonhos”, afirma a atriz em entrevista ao Notícias de TV.
A nova dona Lola, aliás, será uma mulher menos submissa e reagirá ao tratamento que receber do marido, Júlio. Será uma visão contemporânea das donas de casa da época em que a história é contada (entre os anos 1920 e 1940).
A Revolução Constitucionalista de 32 também terá passagem na novela, mas com pouco ênfase político – Angela Chaves e Carlos Araújo enfrentaram rejeição quando criaram a supersérie das 23h “Os Dias Eram Assim” (2017), com forte cunho político e de posicionamento contrário à ditadura militar.
Com duração prevista de 156 capítulos, “Éramos Seis” terá novos núcleos, com personagens mais cômicos, de modo a garantir “leveza” às tristezas de Lola. Calloni será o primeiro ator do elenco central a deixar a novela – no capítulo 48, quando Júlio morrer vítima de uma úlcera, resultado de seu vício em bebida alcoólica.
Um pouco de maniqueísmo foi adicionado através da personalidade da tia rica e esnobe de Lola, Emília (Susana Vieira), que será a vilã do folhetim. Mulher amarga, ela prenderá a própria filha com problemas psicológicos em casa, para privá-la de contato social.

Angela Chaves reconhece não ter assistido à versão mais recente de “Éramos Seis” e promete dar uma identidade própria à novela, mais espelhada na versão da TV Tupi de 1977, que ela afirma ter assistido com a família, quando tinha 11 anos.
Graduada em Letras, a autora também já leu e estudou a fundo o livro de Maria José Dupré para criar a nova trama das 18h, que terá a missão de manter os bons índices de audiência da antecessora, “Órfãos da Terra”, apesar de propostas completamente distintas.
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