A Globo não chamou o autor Gustavo Reiz para renovar seu contrato após o fracasso histórico de Fuzuê (2023), seu primeiro projeto na casa. Nos seis meses em que ficou no ar, a trama conseguiu a proeza de ser a novela das sete com a menor audiência de todos os tempos.
Entretanto, assim como outros autores e atores dispensados nos últimos anos, Reiz poderá retornar ao canal no regime de vínculo por obra específica. Aliás, ele já apresentou um novo projeto para ser avaliado pela direção da emissora.
É nesse esquema que Izabel de Oliveira, criadora de Cheias de Charme (2012) e Verão 90 (2019) está voltando à Globo, por exemplo. A dramaturga foi demitida no auge da pandemia de Covid-19, em 2020.
Foi nesse mesmo ano que Fuzuê teve sua sinopse aprovada. Para conseguir o sinal verde e colocar sua trama no ar, Gustavo Reiz precisou mudar alguns detalhes do texto e alterar perfis de personagens centrais, como a vilãzinha Preciosa (Marina Ruy Barbosa).
A novela teve a difícil missão de substituir Vai na Fé (2023), um grande sucesso do horário, e falhou miseravelmente. Grande parte do público que gostava da história estrelada por Sheron Menezzes simplesmente desligou a TV quando Fuzuê estreou.
Protagonizada por Giovana Cordeiro e Nicolas Prattes, a comédia romântica chegou ao fim com média geral de apenas 19,3 pontos de audiência, derrubando significativamente os índices do horário. Vai na Fé teve 23,3 como saldo geral, além de uma repercussão muito superior.
Antes de Fuzuê, Geração Brasil (2013) carregou por uma década o título de maior fracasso do horário das 19h, com uma média de 19,4 pontos.
A Globo fez de tudo para salvar Fuzuê do mico completo. Para apertar os parafusos da trama, Ricardo Linhares, um autor bem mais experiente, foi convocado para supervisionar o trabalho de Gustavo Reiz. Isso resultou em uma redução das cenas de comédia pastelão e um tom mais dramático.
Nos últimos momentos da novela, o autor titular admitiu os erros no desenvolvimento da história, mas afirmou estar satisfeito com o resultado final.
Em entrevista ao jornal O Globo, Reiz reconheceu que poderia ter ajustado melhor certos aspectos da trama, como as buscas simultâneas dos personagens principais, mas destacou que sempre tentou entregar o melhor possível.
Atual cartaz da faixa, Família é Tudo vem recuperando aos poucos o prejuízo deixado pela saga do tesouro e já anota 20,1 de média após três meses de exibição.
Gustavo Reiz está fora da Globo, mas não ficará inativo por muito tempo. De acordo com o colunista Flávio Ricco, do R7, ele já possui outros projetos engatilhados vindo por aí.
O dramaturgo começou sua carreira como roteirista na novela Os Ricos Também Choram (2005), no SBT, e depois se estabeleceu na Record, assinando as novelas Dona Xepa (2013), Escrava Mãe (2016) e Belaventura (2017). No mesmo canal, escreveu também a bem-sucedida minissérie Sansão e Dalila (2011).
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