A premiação do Oscar 2023 está às vias de acontecer. E será o 23º ano seguido em que o Brasil não surge na disputa com um representante na categoria de “Melhor Filme Internacional”. No entanto, ao longo de seus 94 anos, a celebração do audiovisual já contou com sete produções brasileiras entre os principais concorrentes. Relembre abaixo.
O Pagador de Promessas (1962)
Com direção de Anselmo Duarte, este filme protagonizado por Leonardo Villar concorreu em 1963, ano conquistado por Les Dimanches de Ville d’Avray. Na produção, Zé do Burro faz uma promessa de carregar uma cruz até a igreja de Santa Bárbara após seu asno de estimação ser atingido por um raio. O filme é baseado em uma obra teatral de autoria do novelista Dias Gomes, que posteriormente adaptou o roteiro para uma minissérie estrelada por José Mayer, em 1988.
O Quatrilho (1995)
Dirigido por Bruno Barreto, o longa-metragem foi o segundo do Brasil a chegar ao desejado tapete vermelho. No enredo, ambientado na década de 1910 no sul do Brasil, dois casais muito amigos se unem para poder sobreviver às dificuldades do cotidiano e passam a dividir a mesma casa. Mas o tempo faz com que a esposa de um se interesse pelo marido da outra. Com a fuga do casal de amantes, os dois traídos passam por uma experiência dramática, mas regada a romance. As duas protagonistas do filme são Glória Pires e Patrícia Pillar. O ano de 1996 teve como premiado o filme Coração Valente.
O Que É Isso, Companheiro? (1997)
Baseado em uma história real, o filme conta a história do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick (Alan Arkin), por um grupo revolucionário durante a ditadura militar. O filme, com Fernanda Torres e Pedro Cardoso, também teve direção de Bruno Barreto e foi inspirado no livro de Fernando Gabeira. O longa rodou o mundo e acabou na premiação do Oscar em 1998, ano em que o clássico Titanic arrebatou a estatueta.
Central do Brasil (1999)
Talvez o mais emblemático dos filmes nacionais a ter disputado o Oscar foi este, com direção de Walter Salles e roteiro dos novelistas João Emanuel Carneiro, de Avenida Brasil (2012), e Marcos Bernstein, de Orgulho e Paixão (2018). No enredo, Dora (Fernanda Montenegro) é uma trambiqueira que escreve cartas para analfabetos em troca de dinheiro. No entanto, ela se solidariza com um órfão e decide atravessar o Brasil para levá-lo até sua família. A atuação de Montenegro fez com que ela se tornasse a única atriz brasileira a concorrer ao Oscar até hoje. A produção vencedora da estatueta na ocasião foi Shakespeare Apaixonado.
Cidade de Deus (2002)
O famoso filme dirigido por Katia Lund e Fernando Meirelles é um dos mais premiados e reconhecidos ao redor do mundo. No centro da narrativa, o jovem Buscapé, interpretado por Alexandre Rodrigues, tenta sobreviver em meio aos perigos da violenta comunidade carioca que dá nome à película. O longa concorreu nas categorias de Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado no Oscar de 2004.
O Menino e o Mundo (2014)
A produção infanto-juvenil de Alê Abreu concorreu como Melhor Animação em 2016, ano arrebtado por Divertida Mente. O filme, que rretrata um mundo de pobreza e exploração dos trabalhadores quando uma criança vai à cidade grande para descobrir o novo mundo onde vive seu pai, rodou o mundo em festivais e premiações.
Democracia em Vertigem (2019)
A diretora Petra Costa viu seu documentário autoral disputar a categoria Documentário em Longa-Metragem em 2020, ano conquistado por Indústria Americana. Na produção, a história recente do Brasil é abordada, retratando da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, à ruína sofrida pelo PT enquanto comandou o Brasil – crises como mensalão, petrolão, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão do líder petista estão abordadas no documentário, que apresenta uma ótica progressista sob os acontecimentos políticos.
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