A partida do ex-presidente Jair Bolsonaro para os Estados Unidos na reta final de seu governo, em dezembro passado, fez acender memes nas redes sociais, associando o político ao vilão Marco Aurélio (Reginaldo Faria), de Vale Tudo. Na trama, o mau-caráter deixa o país num jatinho com uma fortuna roubada para não acabar na cadeia, e dá uma ‘banana’ para os brasileiros, em cena emblemática.
De olho nisso, resolvemos relembrar 10 novelas em que os vilões não acabaram punidos pelas maldades e crimes que cometeram ao lado das histórias. Relembre abaixo.
Vale Tudo (1988)
Nada mais justo do que iniciarmos a lista com o clássico de Gilberto Braga. Não foi só Marco Aurélio que deixou o país depois de praticar uma série de desvios na empresa de Odete Roitman (Beatriz Segall) – aliás, a megera foi a única personagem do mal da narrativa que morreu.
O casal de trambiqueiros Fátima (Glória Pires) e César (Carlos Alberto Ricelli) acabou numa boa: a vilã assinou um acordo pré-nupcional milionário com um príncipe italiano gay, que precisava de uma esposa para mascarar sua homossexualidade. César foi a tiracolo para a Europa como amante – tanto de Fátima, quanto do nobre.
Segundo Sol (2018)
Depois de comandar um esquema de tráfico de drogas sintéticas e cometer uma série de assassinatos, Laureta (Adriana Esteves) passou uma curta temporada atrás das grades, recebendo diversas regalias em sua cela. Ao sair em liberdade, nos momentos finais da trama, a vilã foi abordada por jornalistas, curiosos com a sua candidatura para uma vaga na Câmara dos Deputados.
Questionada sobre suas propostas econômicas, a mau-caráter desconversou. “Laureta no poder, garantia de prazer… 6969, vote em Laureta”, anunciou, em clara sátira a políticos despreparados que se candidatam a cargos eletivos importantes.
Belíssima (2005)
Poucas novelas deixaram no ar a sensação de que o crime compensa mais do que a trama de Sílvio de Abreu. No último capítulo, Bia Falcão (Fernanda Montenegro) foi finalmente desmascarada como a principal bandida da trama: ela teria contratado André (Marcello Antony) para seduzir sua neta Júlia (Glória Pires) e depois roubar toda sua fortuna.
Além disso, a malvada também foi a responsável por muitos assassinatos, inclusive do próprio neto, Pedro (Henri Castelli). Confrontada pela polícia, a megera forjou um mal-estar e fugiu de jatinho para Paris, onde terminou num apartamento de luxo, aos beijos com um garoto de programa, Mateus (Cauã Reymond).
Passione (2010)
Esta outra história de Sílvio de Abreu também trouxe impunidade para sua principal vilã: Clara (Mariana Ximenes) chegou a ser presa após tentar dar um golpe no marido Totó (Tony Ramos) e encomendar sua morte, mas fugiu da cadeia numa rebelião e sofreu um acidente de carro aparentemente fatal. Na cena final, contudo, o público foi surpreendido pela revelação de que a megera estava viva, trabalhando como enfermeira de um idoso milionário, dono de um resort de luxo no Pacífico.
Além de sabermos que Clara continuava livre para aplicar seus golpes, descobrimos que a vilã havia sido a autora dos assassinatos misteriosos da história: o do empresário Eugênio (Mauro Mendonça) e do vilão Saulo (Werner Schünemann).
Caminho das Índias (2009)
A psicopata Yvone (Letícia Sabatella) deixou muitos espectadores com os nervos à flor da pele na trama de Glória Perez com o seu cinismo, falsidade e trapaças. Na reta final, desmascarada, a malvada virou saco de pancadas de personagens como Raul (Alexandre Boges) e Sílvia (Débora Bloch) e acabou indo parar na cadeia.
No entanto, com comportamento exemplar de moça boa e religiosa, Yvone cativou o carcereiro do presídio. Completamente fascinado pela suposta castidade da bandida, o funcionário facilitou para que ela desse uma “saidinha”, com a promessa de voltar um dia depois. É claro que a pilantra nunca mais retornou e foi atrás de novas vítimas.
Chocolate com Pimenta (2003)
Após passar boa parte da trama armando arapucas mirabolantes para abocanhar o comando da fábrica de chocolates, Jezebel (Elizabeth Savalla) acaba desmascarada e tendo que trabalhar como secretária de Roseli (Rosane Gofman), por piedade de Ana Francisca (Mariana Ximenes).
No entanto, no último capítulo, a vilã, ao tomar café da manhã no hotel, acaba chamando a atenção de um rico empresário solteirão, que passa a cortejá-la. De olho no golpe do baú, Jezebel se insinua para o milionário, vislumbrando continuar sua vida de luxo a qual sempre foi acostumada.
Sol Nascente (2016)
Depois de aprontar poucas e boas, dona Sinhá (Laura Cardoso) chega a dar um tiro em Tanaka (Luis Melo), depois de sequestrar o japonês, alvo de seu plano de vingança, e foge para uma paradísiaca ilha com uma fortuna roubada, na companhia de seu afilhado Cristiano (Malvino Salvador).
Em sua última cena na trama de Walther Negrão, a bandida surge coberta de joias, bebendo whisky em uma jogatina na praia. Ela recebe a trágica notícia da morte de seu neto, o vilão César (Rafael Cardoso), e fica arrasada, mas segue no bem-bom.
Verão 90 (2019)
Os vigaristas Jerônimo (Jesuíta Barbosa) e Vanessa (Camila Queiroz) viveram uma relação de gato e rato na novela das 19h, em meio a muitos golpes e trapaças. Os vilões chegam a passar uma temporada na cadeia, depois que a armadilha dos dois para colocar João (Rafael Vitti) injustamente na prisão é descoberta.
Nos momentos finais, Jerônimo ensaia uma redenção e até mesmo ajuda o irmão João e a cunhada Manu (Isabelle Drummond) na produção de um filme, mas acaba ‘resgatado’ por Vanessa, que ressurge rica e ostentando joias. Os dois, ao lado do parceiro de trambiques Galdino (Gabriel Godoy), terminam num iate, brindando com champagne.
Fina Estampa (2011)
A megera Tereza Cristina (Christiane Torloni) tem um aparente destino trágico depois de sequestrar a protagonista Griselda (Lilia Cabral): perseguida pela polícia, a vilã foge em um barco com o amante Pereirinha (José Mayer) em plena noite de tempestade. Os comparsas não são capturados pelas autoridades, já que o barco sofre um acidente e eles são dados como mortos.
Três anos depois, na cena final da novela de Aguinaldo Silva, Griselda está caminhando pelas ruas, quando avista um conversível. Dentro dele, Tereza Cristina surge, poderosa como sempre, debochando da eterna rival com uma risada diabólica.
A Favorita (2008)
O traiçoeiro Silveirinha (Ary Fontoura) foi comparsa dos bandidões Dodi (Murilo Benício) e Flora (Patrícia Pillar) durante boa parte da novela de João Emanuel Carneiro. Nos últimos capítulos, contudo, ele se cansa de ser humilhado pela psicopata e se alia à ex-patroa, Donatela (Cláudia Raia), determinada a desmascarar a vilã.
Após ajudar a enviar Flora de volta para a cadeia, Silveirinha recomeça como empresário de duas irmãs adolescentes, que formam uma dupla sertaneja, exatamente como fizera no passado com Faísca & Espoleta.
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