Ainda no clima do Dia dos Namorados, o NOVELÃO reuniu seus redatores para relembrar e eleger os 10 casais mais apaixonantes das novelas, dos anos 70 à década atual. Por fim, acabamos pinçando dez histórias de amor, duas de cada década. Confira a seguir e viaje nessa romântica nostalgia:
Simone e Cristiano
Ele, um tocador de zabumba que acompanhava seu pai nos cultos evangélicos feitos em praça pública. Ela, uma jovem artista que buscava a ascensão de suas artes. Num fatídico dia em que Cristiano (Francisco Cuoco) comete um homicídio, nasce um amor dolorido e turbulento entre ele e Simone (Regina Duarte).
Mesmo com as reviravoltas da trama e as tramoias dos antagonistas, o casal resiste e em muitas cenas conseguem mostrar seu amor para o público apenas com um olhar. Já dizia B.J Thomas, intérprete do tema do casal: “Agora nós passamos por aqueles dias solitários […] e nós sonhávamos com dias melhores”. Os versos apenas reforçam a difícil jornada do par romântico de Selva de Pedra (1972).
Amanda e Herculano Quintanilha
“É um dos casais mais difíceis de se escrever, mas um dos melhores para se torcer’’. Assim Janete Clair definiu o casal de protagonistas, quando anunciou sua nova novela, O Astro (1977). Amanda (DinaSfat) é uma mulher moderna, segura e dona de si. Herculano (Francisco Cuoco), um ilusionista charlatão que não quer que o enfrentem.
Quando conhece o amor de sua vida, numa churrascaria, um local incomum para encontros, Herculano cruza os olhos com o da sua amada pela primeira vez e de cara há uma conexão, mas que ambos fazem o favor de negar por muito tempo. Embalados pelo som de Easy, cantada por Lionel Ritchie, Amanda e Herculano, duas almas autossuficientes e, ao mesmo tempo, extremamente carentes, protagonizam cenas marcantes e de alto valor afetivo na memória nacional.
Típico casal com todos os viés girando contra si, Amanda e Herculano vivem um intenso e difícil amor — e, diga-se de passagem, um dos mais bonitos já vistos na televisão.
Jô e Fábio
Como esquecer a complicada e estourada Jô Penteado (Christiane Torloni) e o tranquilo, porém, firme professor Fábio (Nuno Leal Maia), de A Gata Comeu (1985)? Após desmanchar sete noivados, a riquinha se apaixona pelo humilde pai de duas crianças. Para complicar, o grosseirão, segundo ela, é noivo da ciumenta Paula (Fátima Freire).
A relação dos dois começa entre tapas e beijos, e quando a mocinha mimada se dá conta de que sua paixão não será correspondida, comete as maiores loucuras para ter o homem que deseja, até mesmo um sequestro. Tudo regado a muito humor e com as interpretações inspiradas de Nuno e Torloni.
Na reta final da trama, já casados, Jô sofre um acidente e perde a memória, esquecendo até mesmo de seu grande amor. A torcida do público é unânime para que ela se lembre de tudo e os dois terminem juntos e felizes, exatamente como ocorre no último capítulo.
Porcina e Sinhozinho Malta
Cheios de química, a viúva Porcina (Regina Duarte) – aquela que foi sem nunca ter sido – e o coronel Sinhozinho Malta (Lima Duarte), de Roque Santeiro (1985), abalaram as estruturas de Asa Branca e de todo o Brasil. Tanto, que mesmo depois da fogosa Porcina se envolver com vários homens, e na sinopse original, ela terminar com o personagem título da trama, é nos braços de Sinhozinho que ela fica no final da história. E até hoje lembramos da “viúva” fazendo o coronel de cachorrinho, se rastejar aos seus pés e lamber sua mão. Adoráveis e inesquecíveis!
Diná e Otávio
Diná (Christiane Torloni), com seu temperamento explosivo, e Otávio (Antônio Fagundes), com seu jeito conciliador, se complementam perfeitamente e protagonizam uma das histórias de amor mais apaixonantes da nossa dramaturgia, no remake A Viagem (1994).
Juntos, eles enfrentam as maiores adversidades e vencem o inimigo mais implacável: a morte. Lado a lado, Diná e Otávio vão do inferno ao paraíso, literalmente. Sem falar que receber uma orquídea por dia de seu amado é pra deixar qualquer mulher não só no paraíso, mas também nas nuvens.
Milena e Nando
Sem desmerecer nenhum outro nessa lista, poderíamos eleger Milena (Carolina Ferraz) e Nando (Eduardo Moscovis) como o casal com o maior furor das nossas novelas. Um vulcão! Seja na varanda em noite quente ou em um banho de chuva, os pombinhos de Por Amor (1997) cativaram o coração e a torcida do público de maneira incondicional.
A sintonia perfeita entre olhares, a química explosiva, os beijos ardentes de perder o fôlego e, claro, a relação baseada em plena confiança dão a tônica ao romance da pobre garota rica esfuziante com o piloto humilde introspectivo.
Naqueles já longínquos 1997 e 1998, Nando e Milena eram o mais perfeito modelo de casal, arrancavam profundos suspiros de quem grudava na telinha toda noite. E isso se repete a cada nova reprise da novela de Manoel Carlos ou, para falar a verdade, toda vez que toca Palpite, da Vanessa Rangel, no rádio.
Jade e Lucas
“Maktub: já estava escrito!”. O romance arrebatador de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício) foi poesia pura em O Clone (2001), clássico de Gloria Perez.
De origem muçulmana, Jade se muda para o Marrocos após ficar órfã no Brasil. Sob o comando rigoroso do tio Ali (Stênio Garcia), a jovem tem que se adaptar à cultura marroquina e sentir o peso das tradições sufocarem seu espírito livre e desafiador.
Prometida para o ricaço Said (Dalton Vigh), Jade se apaixona perdidamente por Lucas após uma viagem deste para o Marrocos. Com a cumplicidade da governanta Zoraide (Jandira Martini), o casal vive seu amor escondido entre as ruínas e areias do deserto, conquistando o público.
Após 20 anos de desencontros e casamentos e filhos com outros pares, os apaixonados se reencontram e a mocinha se vê diante de um novo dilema: o clone de Lucas, Léo, balança seu coração, a fazendo reviver o amor da juventude, em oposição às dificuldades do amor maduro com Lucas. Dividida entre o clone e o clonado, entre o passado e o presente, Jade escolhe o amor que atravessou as décadas e se mostrou mais forte do que nunca.
A intensidade e química desse casal foi tamanha que o amor da ficção ultrapassou a telinha e os atores se casaram e tiveram um filho na real, porém se separaram anos depois. No entanto, o romance de Jade e Lucas se eternizou no coração dos noveleiros e foi marcante o suficiente para carimbar o casal como um dos mais apaixonantes das novelas.
Preta e Paco
Da Cor do Pecado (2004), a primeira novela de João Emanuel Carneiro, provou que o amor não tem cor, não tem raça, não tem etnia e que nem mesmo um preconceito histórico é capaz de separar dois corações apaixonados.
A bela Preta (Taís Araújo), moça humilde de São Luís do Maranhão, se apaixona pelo biólogo Paco (Reynaldo Gianecchini) e vive seu amor em plenos Lençóis Maranhenses. Mas o romance é interrompido pelas armações da ambiciosa Bárbara (Giovanna Antonelli), a noiva do rapaz, que provoca um acidente de helicóptero, fazendo ele ser dado como morto.
Anos depois e com um filho fruto desse amor, Preta se muda para o Rio de Janeiro em busca de Afonso Lambertini (Lima Duarte), milionário pai de Paco, que se afeiçoa ao neto mesmo com as interferências de Bárbara. Paco volta ao convívio da família sob a identidade do irmão gêmeo e conquista Preta mais uma vez.
O amor na novela foi apresentado de duas maneiras: o romance do casal principal, que conquistou o público e enfrentou o preconceito racial e social de seus opositores, e o amor entre avô e neto, que também venceu os preconceitos. O sucesso da trama a consolidou como a maior audiência do horário na década.
Félix e Niko
Félix (Mateus Solano) era o típico vilão em Amor à Vida (2013): ardiloso, invejoso, vingativo, mimado pela mãe, rouba dinheiro da família, é capaz de jogar a própria sobrinha recém-nascida numa caçamba de lixo. No entanto, a jornada de redenção do personagem, que chega a perder tudo, fez com que o público começasse a torcer por um final feliz para ele.
Ao mesmo tempo, Niko (Thiago Fragoso) vivia um casamento estável e feliz com Eron (Marcello Anthony), com quem desejava ter um filho. A chegada de Amarilys (Danielle Winits), sua amiga, que entra na vida dos dois para ajudar na concretização desse sonho, como barriga solidária, traz diversos problemas: a falsa amiga e Eron iniciam um caso, e ela supostamente engravida naturalmente do amante (descobre-se depois que o filho é somente de Niko).
Em meio a tudo isso, Félix e Niko se conhecem e iniciam uma amizade. O ex-vilão ajuda o chef de cozinha com Amarilys e o bebê, enquanto vai se transformando em uma pessoa melhor, que é capaz de amar e perdoar. A cumplicidade entre os dois se encaminha para um romance, que é alvo de muita torcida do público.
Protagonistas do primeiro beijo gay em uma novela da TV Globo, Félix e Niko merecem estar nesta lista de casais marcantes e apaixonados pela construção tocante que foi reservada aos dois e pelo marco histórico que cravaram (evidenciado pela audiência do último capítulo em que o beijo aconteceu, 44 pontos), em uma época em que o preconceito ainda sufoca.
Lívia e Felipe
Um casal que atravessou um século e meio à espera de se reencontrarem. Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), protagonistas de Além do Tempo (2015), se encontraram pela primeira vez quando ela ainda era uma noviça, prestes a se tornar freira. Ele, um conde rico e noivo de Melissa (Paolla Oliveira), Felipe se vê apaixonado à primeira vista pela moça de modos simples, mas de beleza marcante.
Na passagem do tempo, a novela sai do século XIX. Numa cena que ainda será muito lembrada, o casal morre ao cair de um penhasco, após serem flagrados pelos ressentidos Melissa e Pedro (Emilio Dantas), que não desistem de separar os dois e acabam provocando suas mortes. No entanto, Lívia e Felipe voltam em uma cena belíssima, ao som de Together, da banda XX, e se encontram no século XXI, numa estação de metrô.
A partir dali, a história começa a ser recontada, com os mesmos personagens e o acréscimo de mais alguns, e outros dilemas e dinâmicas. Duas histórias de amor e um mesmo casal.
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