Lembrada como uma atriz elegante e refinada, Ariclê Perez morreu de maneira trágica no final de março de 2006, deixando fãs, amigos e, sobretudo, familiares abalados. Ainda hoje, por mais que o inquérito tenha sido devidamente encerrado, o falecimento da estrela ainda levanta dúvidas, uma vez que não houve nenhuma testemunha.
Seis meses após o fato, as investigações concluíram que a veterana cometeu suicídio. Ela teria se jogado da janela do escritório de seu apartamento, no 10º andar, no bairro de Higienópolis (SP). Responsável pelo caso, o delegado Gilmar Camargo Bessa disse à época que os testes toxicológicos descartaram que Ariclê tivesse sob efeito de drogas, tampouco havia indícios de roubo ou algo parecido no local.
“Fizemos todas as apurações. Tivemos os laudos do local, que não demonstraram nenhum assalto e o toxicológico, que deu negativo. Não tinha nenhuma substância química no corpo da atriz no momento de sua morte. Conversamos com seus familiares, com a empregada, enfim… Chegou-se à conclusão de que realmente houve um suicídio”, disse o delegado.
O que chamou atenção foi que, horas antes da tragédia, Ariclê entregou ao porteiro de seu prédio um bilhete listando telefones de familiares “para qualquer eventualidade”. Relatou-se que a atriz fez uma caminhada matinal e não recebeu visitas à tarde. Sua morte deu-se à noite de 26 de março, dois dias após o último capítulo da minissérie JK, onde sua personagem também acaba morrendo.
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Na trama épica, Ariclê vivia Júlia Kubitschek, mãe do protagonista. A irmã da artista contou em depoimento à polícia que ela vinha reproduzindo um comportamento melancólico semelhante ao seu papel na obra biográfica. Uma forte depressão também foi apontada como causa de sofrimento para a atriz, que morreu aos 62 anos. A perícia encontrou remédios antidepressivos em seu apartamento.
Carreira de Ariclê Perez
Antes de ingressar na telinha, Ariclê Perez fez seu nome no teatro, atuando muitas vezes sob direção de Flávio Rangel, seu marido. Estreou em novelas na extinta TV Tupi, no final dos anos 1970, mas sua carreira em frente às câmeras veio a deslanchar a partir 1990, após ficar viúva, quando assinou contrato com a Globo para integrar o elenco de Meu Bem, Meu Mal, novela das oito escrita por Cassiano Gabus Mendes (1929 – 1993).
No ano seguinte, Ariclê destacou-se em Felicidade, interpretando a ex-bailarina Ametista, mãe da protagonista vivida por Maitê Proença. Outra personagem marcante da atriz foi a socialite falida Elisinha Jordão, na segunda versão de Anjo Mau (1997), contracenando com a também saudosa Beatriz Segall (1926 – 2018). Foi seu último trabalho em novelas.
A artista, contudo, seguiu atuante em minisséries. Esteve em obras consagradas da autora e amiga Maria Adelaide Amaral, como Os Maias (2001), A Casa das Sete Mulheres (2003) e Um Só Coração (2004), além da já citada JK (2006).
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