A reprise de Cabocla (2004) está mostrando que a Globo acertou ao apostar em sua segunda faixa de novelas à tarde, a chamada Edição Especial. Há quase três meses no ar, a trama rural de Benedito Ruy Barbosa vem mantendo uma média de 10,6 pontos de audiência na Grande São Paulo, um resultado quase equivalente ao alcançado por Cheias de Charme (2012), que registrou 10,8 pontos no mesmo período.
Embora não tenha o mesmo desempenho de Mulheres de Areia (1993), que chegou a 12 pontos, a queda é de apenas 11,7%. Isso é bem melhor do que a recepção fria de outras produções recentes da Globo, como o remake de Elas por Elas (2023).
O grande trunfo de Cabocla é que, mesmo não sendo um fenômeno, consegue manter uma sólida vantagem sobre a Record. Na última quarta (6), por exemplo, a novela teve uma audiência 60% superior à do Balanço Geral, mostrando que o público ainda se encanta com a história de Zuca (Vanessa Giácomo).
A Edição Especial foi lançada em dezembro de 2021, apostando na volta de O Cravo e a Rosa (2000). Prestes a completar três anos, a criação da faixa se provou uma estratégia eficiente. Tem baixo custo e ajuda a Globo a se manter na liderança, conseguindo barrar as derrotas frequentes que o canal sofria para o jornal policialesco da concorrente, que humilhava o Se Joga e o Vídeo Show nos anos anteriores.
Diante da crise atual na TV aberta, a Globo dificilmente vai gastar recursos para mexer em um horário que já está dando certo. Ou seja, as reprises de novelas seguirão firmes e fortes na sequência do Jornal Hoje.
Embora o clássico Vídeo Show vá retornar em edições especiais para as comemorações de 60 anos da emissora em 2025, ele deve ser apenas uma homenagem pontual, sem intenção de voltar como um programa fixo.
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