Apesar de extremamente elogiada e querida pela crítica especializada, “Amor de Mãe” afastou os espectadores mais tradicionais justamente pela sua linguagem considerada rebuscada e cinematográfica.
Com a audiência abaixo dos 30 pontos exibidos para o horário, a trama das 21h teve mudanças decretadas pelo diretor de dramaturgia, Sílvio de Abreu, há cerca de um mês.
A autora Manuela Dias e o diretor José Luiz Villamarin receberam a determinação para concentrar a história, tirar do ar os personagens secundários que não haviam dado certo, clarear a imagem e melhor a sonoplastia, além de usar mais closes nos rostos dos atores e interromper o uso de planos-sequência e imagens tremidas.
Outro ponto alterado foi a inserção de humor na história, que antes era considerada muito carregada e dramática. A própria protagonista Lurdes (Regina Casé), uma personagem sofrida, ganhou contornos cômicos com a sua banca de detetive, seus dois pretendentes e uma empregada com quem passou a implicar.

Se a trama central segue intacta, com a busca incessante de Lurdes por Domênico, personagens e tramas se cruzando e muitos mistérios do passado, algumas parecem ter sido esvaziadas, como é o caso de Camila (Jéssica Ellen), que trocou a militância pela educação pública por seu drama de não poder mais engravidar após o aborto que sofreu.
Outros núcleos sem destaque foram o dos criminosos ligados a Kátia (Vera Holtz) depois que a vilã morreu; Sandro (Humberto Carrão), que foi redirecionado para a trama de Vitória (Taís Araújo); e o da tenista Marina (Érika Januza), que agora apenas sofre uma decepção amorosa com Ryan (Thiago Martins).
Os ajustes já estão refletindo em uma melhora na audiência de “Amor de Mãe”. Nas últimas semanas, a média semanal da novela vem se mantendo acima dos 30 pontos na Grande São Paulo, o que é considerado bom pela Globo.
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