Após brilhar como a arquiduquesa Leopoldina em “Novo Mundo”, em uma das melhores interpretações femininas de 2017, Letícia Colin chegou com tudo em “Segundo Sol“, ganhando seu primeiro papel fixo em uma novela das 21h da Globo. Na pele da garota de programa Rosa, a atriz vem se destacando novamente, para alegria de seus fãs nas redes sociais, do público como um todo e do autor da trama João Emanuel Carneiro. “Letícia é uma atriz instigante, de entrega. É daquelas que colocam sua alma em tudo que faz, e isso se reflete em suas cenas. Vibro quando a Rosa aparece na tela”, declarou o dramaturgo ao jornal O Globo.
Adriana Esteves, intérprete da sangue ruim Laureta, também não deixa de jogar confetes na colega de cena. “É uma atriz que ama o jogo cênico e uma ótima parceira. Tem sido uma alegria contracenar com ela”, comentou ela à reportagem. Ao contrário da amizade das atrizes nos bastidores, a rivalidade entre suas personagens só tende a aumentar dentro do enredo. Nos capítulos que virão por aí, Laureta revelará para a família de Rosa que ela é uma de suas profissionais do sexo. Humilhada pelo pai, Agenor (Roberto Bonfim), com direito a roupas jogadas na rua e escândalo diante da vizinhança, a mocinha agirá para dar o troco na cafetina. Leia os spoilers aqui.
Para encarnar Rosa, Letícia conta que se despiu de seus preconceitos em relação à prostituição. “Nas minhas investigações, descobri que existem diversas motivações que levam uma mulher a fazer programa. Pode ser uma autopunição, um escape para vivenciar uma liberdade de fetiche. Às vezes, é uma questão socioeconômica trágica, uma arma na cabeça, o que sobrou. Mas, de acordo com o texto do João, a Rosa tem um nó que é a relação com o pai machista. Psicanaliticamente, essa é uma maneira de ela se autoafirmar e de romper com esse controle”, explica ela. “É muito velho julgar; acho mais interessante investigar, fazer perguntas no lugar de dizer coisas. Ainda mais sobre sexualidade, que é o tema mais complexo do mundo”, conclui.
Seja de dentro para fora ou de fora para dentro, a construção da heroína baiana exigiu da capricorniana paulista um movimento de muita entrega e intensa preparação, desde aprender o sotaque bem acentuado até a mudar velhos hábitos alimentares. Nisso, emagreceu três quilos, passou a perder algumas horas na musculação e a praticar exercícios de crosfit. Sem falar nas sessões de bronzeamento. Durante o processo, a sensual Rosa desabrochou.
Corpo e mente sintonizados e texto na ponta da língua, Letícia se encarrega agora em contar a história lhe cabe traçada por Carneiro. De saída, além dos problemas dentro de casa, Rosa se vê dividida entre dois amores, dois meio-irmãos completamente opostos. Enquanto Ícaro (Chay Suede) é tempestade, Valentim (Danilo Mesquita) é calmaria. “Rosa ama os dois, e, na internet, a torcida está bem dividida. Ainda bem que eu, Letícia, não tenho que escolher, porque a parada vai ser dura”, comentou ela ao jornal Extra.
Em cenas com o marrento Ícaro, salta aos olhos a química avassaladora entre Colin e Suede. “É uma história de amor, romance. Acho belo. Rosa me ensina a pensar na sexualidade de maneira mais saudável, menos preconceituosa e hipócrita. E é orgânico, um casal jovem que se ama, tem uma química louca… O espectador merece que a gente conte essa história de um jeito honesto e verdadeiro”, declarou.
Se será Ícaro ou Valentim a ganhar o coração de Rosa, ainda é cedo para saber. Na vida real, no entanto, Letícia está muito bem resolvida. Ela mora há um ano com o ator e diretor Michel Melamed, numa relação de companheirismo que inclusive já dura um pouco mais que isso. Agora, com Rosa dependendo de Letícia para contar sua saga, ter um “namorido” que entende do ofício é uma mão na roda. “Ele me dá muita força, estudamos o texto, me ajuda a decorar. Vemos a novela juntos e ele sempre comenta. Quando sou crítica comigo, Michel vem: ‘Assim foi, tenho certeza de que deu o seu melhor’. Ele me acolhe, porque a gente sempre acha que podia ter feito melhor”, revelou Letícia também ao Extra.
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